terça-feira, 5 de junho de 2012
Gorduras do bem x Gorduras do mal: uma visão da naturopatia
Nossas bisavós cozinhavam
com banha de porco, nossas avós, com óleo de soja, nossas mães, com margarina.
Mas agora estamos livres, pois não precisamos mais de nenhum deles para
preparar nosso alimento. Outro pilar da alimentação naturopática é a exclusão
do uso de óleos de uma maneira geral.
As gorduras como banha de
porco, manteiga e creme de leite não são usadas por serem de origem animal e
apresentarem um perfil pró-inflamatório. Ao entrarem em contato com o nosso organismo,
ativam nosso sistema imunológico produzindo inflamação e aumentando a produção
de substâncias tóxicas pelo nosso próprio corpo. Sem contar as toxinas que já
estavam nos sistemas dos animais e vieram “de brinde” nessas gorduras, que é
onde a maioria das toxinas se acumula (inclusive em nós humanos).
Já os óleos de origem
vegetal, como soja, canola, milho e girassol, são produzidos por um processo
nada interessante para a qualidade final do produto. As gorduras presentes nos
alimentos de origem de fato são benéficas. São aquelas chamadas de
poliinsaturadas, que têm características antiinflamatórias e exercem diversas
funções importantes no organismo. Mas depois de passarem pelo processo de
refino, que inclui calor, pressão e solventes, transformam-se gorduras
altamente oxidadas (rançosas), cheias de radicais livres que podem lesar nossas
células. Some-se a isso o fato de serem, em seguida, armazenadas em embalagens
transparentes, não abrigadas portanto da incidência nociva da luz, e feitas de
plástico, substância que quando aquecida libera mais toxinas no seu já tóxico
conteúdo.
Na margarina nem se fala!
Além de todo esse processamento para extrair os óleos vegetais ainda há a
técnica de hidrogenação, que altera a conformação das moléculas de gordura para
que tenham aquela consistência mais firme, produzindo um outro tipo de gordura
– a trans – que não existe na natureza e que logo o nosso corpo não compreende.
“E o azeite e o óleo de
coco?”, vocês vão me perguntar. Na naturopatia tampouco são usados, pois a
opção naturopática é sempre usar o alimento fonte e não uma parte dele. Em vez
de se extraírem os óleos, prefere-se comer as castanhas e sementes, o abacate,
o pequi, o coco ou seu leite natural extraído da própria polpa. Assim, usamos
gorduras preservadas na matriz do alimento e em quantidades equilibradas com os
demais nutrientes. No entanto, pode-se considerar que os óleos extraídos por
prensagem a frio, como o azeite extra-virgem, o óleo de coco, bem como o de
linhaça, gergelim e chia, são de boa qualidade. Porém eles devem ser
acrescentados ao alimento depois de pronto para que não sofram aquecimento.
Assim, fica dica. Prepare
seus alimentos sem óleo e depois acrescente uma dessas opções para dar sabor ao
seu prato.
Ah, claro! Como cozinhar
sem óleo? Além da técnica do cozimento no vapor ou no forno, outra
possibilidade é fazer refogados dourando a cebola em água. Para isso, basta
colocar a cebola cortada de sua maneira preferida em uma panela de fundo grosso
e pingar gotinhas de água aos poucos até que doure, mexendo com o auxílio de
uma colher para que não grude no fundo. Algumas panelas, como a de pedra sabão
e as woks, dispensam a água.
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