segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Personal tudo

Pessoal, curte aí a matéria que saiu na Veja Brasília!



Personal tudo
Da organização dos armários à escolha da bicicleta ideal, serviços sob medida podem contribuir- e muito - para melhorar a sua vida em 2014
Uma seleção de profissionais, a exemplo da pet-sitter Paula Emmert, que prestam serviços personalizados para facilitar a sua vida (Foto: Roberto Castro)
27.dez.2013 12:18:27 | por Clara Becker
O ano novo se aproxima. E a vida nova? VEJA BRASÍLIA explorou um vasto universo de produtos e serviços sob medida com a intenção de alavancar as tradicionais metas de início de temporada. Para quem busca uma alimentação mais saudável, por exemplo, os “personais” nutricionistas, como Maíra Attuch, não só montam a dieta da família como vão à sua casa e ensinam você, ou seus funcionários, a cozinhar as receitas prescritas, a higienizar os produtos de forma correta e a conservar os alimentos. Quer comprar uma bicicleta, mas não sabe por qual optar? O assessor esportivo Marcelo Rocha o auxilia na escolha do equipamento ideal para suas necessidades e ainda elabora uma planilha de treinos. Se a sua promessa do ano é pôr ordem na bagunça, o personal organizer tem estratégias para fazer isso por você. Renata Muniz é capaz de deixar qualquer armário impecável, com as roupas dispostas em tons degradês. Aos que desejam aplicar dinheiro poupado ou sair do vermelho, vale marcar uma consulta com o planejador financeiro Waldir Leôncio. Mudar a aparência, renovar o guarda-roupa e ter mais estilo é tarefa para o personal stylist. Márcia Rocha dá uma orientação profissional para a imagem de seus clientes. Pensando em chamar mais os amigos para comer na sua casa? Basta convocar um personal chef. Marcos Lélis garante um encontro saboroso. Aos que planejam viajar muito no próximo ano, pet-sitters como Paula Emmert cuidam dos bichos de estimação nos respectivos lares deles. A seguir, apresentamos sete candidatos a grandes reforços no seu dia a dia.
  Virando a mesa na cozinha 
 Promova uma reeducação alimentar na família com treinamento de funcionários e material didático  

Amanda, Priscilla e Felipe Debatista com a nutricionista Maíra Attuch: a funcionária da família aprendeu as receitas naturais (Foto: Roberto Castro)

Em uma manhã, a nutricionista Maíra Attuch é capaz de ensinar a cortar, lavar, descascar, hidratar, cozinhar e combinar alimentos. Nos casos mais graves, ela acompanha o cliente ao supermercado e mostra como escolher a matéria-prima. “Receita você acha na internet. Eu levo técnicas e conceitos”, explica Maíra. Ela é adepta da culinária natural, anti-inflamatória e desintoxicante. Mais do que emagrecer, seus clientes, a maioria na faixa entre 30 e 40 anos, querem mudar os hábitos alimentares. Foi o caso da empresária Priscilla Debatista, que contratou o serviço em busca de uma orientação nutricional para a família. Inicialmente resistentes, a filha Amanda e o marido, Felipe, se uniram na iniciativa saudável. O mais difícil foi convencer a empregada a abrir mão do óleo e do caldo industrializado. “Sempre ouço que a dona fulana não vai aprovar. Por isso, gosto quando o patrão participa. Mas, com o tempo, o paladar é apurado. Somos viciados no salgado e no doce”, diz Maíra. Poucos meses depois, a funcionária que havia sido treinada pela nutricionista pediu demissão. “Quando contratei outra, não tive dúvida, chamei-a de novo”, conta Priscilla, que passou a tomar suco verde todos os dias de manhã. 
Contato: www.dahoraculinaria.blogspot.com.br
 DICAS DA ESPECIALISTA 
Depois de cozidos, os alimentos duram até três dias na geladeira. Dê preferência a frutas e hortaliças orgânicas. Na hora de temperar, evite caldos industrializados. Elimine, também, óleos de cozinha refinados. Refogue a comida com gotinhas de água e deixe para acrescentar um pouco de azeite de oliva extravirgem depois que o prato estiver pronto.


Capa:
Matéria





Deu vontade de comer macarrão ao molho branco...

… tudo isso porque na véspera havia feito uma oficina em que um dos pratos era chuchu grelhado ao molho branco feito com leite de castanhas e o molho ficou tão gostoso que tive que reproduzi-lo aqui em casa. Pois bem, esse molho branco vocês já conhecem, é aquele da lasanha de berinjela. Mas desta vez ele acompanhou um penne de arroz e, separadamente, fiz uma bandejinha de cogumelos paris frescos salteados em um fio de azeite e temperados com salsinha e pimenta do reino. Matei o desejo!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Tapioca de shitake com agrião


O plano original era refogadinho de shitake com agrião acompanhado de arroz integral ou massa de arroz. Só que não tinha macarrão em casa e a fome não aguentava esperar o arroz ficar pronto. Então,  mantive apenas parte dos planos. Tinha meia bandeja de cogumelos shitake e um pouco de agrião. Piquei o shitake em quadradinhos e o agrião bem pequeno e refoguei os dois em um pouco de azeite. Separadamente fiz um ovo caipira mexido e, na falta de um arroz ou outro cereal mais nutritivo, coloquei tudo dentro de uma tapioca. Não é que ficou muito bom!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Top comidinhas veganas em Pipa (RN)


Férias na praia são sempre meio difíceis para vegetarianos, que dirá veganos. As opções se restringem a massas e frituras (batata, mandioca, pastel e por aí vai) e a oferta de vegetais nem sempre é abundante e/ou confiável. Nessas horas, acabo priorizando mesmo os peixes, que são a opção mais fresca e bem preparada do local, mas o corpo já não aguenta isso todos os dias, né? E eis que a praia de Pipa, pertinho de Natal (RN), se mostrou uma grata surpresa nesse quesito. Lá encontrei várias delícias veganas, como este falafel com hommus de beterraba do Macoco, que vocês vêem aí na foto. Infelizmente não fotografei tudo, mas tem também a moqueca de banana da terra do Panela de Barro, o wok vegetariano do Pipa Beach Club e o thai curry vegetariano do Quintal. Todos imperdíveis! Fora as tapiocas de coco ralado fresquinho e, para quem come laticínios, vale a pena experimentar a de coco com queijo manteiga. O souvenir que trouxe de Pipa? Um raspador de coco. Meu mais novo e precioso bem! Que venham muitas tapiocas!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Talinhos de shitake

Eu adoro cogumelos shitake e um dos jeitos de prepará-los é grelhadinho ou assado. Só que neste caso, os talos sempre sobram e é um desperdício jogá-los fora. Ontem fiz uma sopinha de feijão branco com shitake que ficou uma delícia.
Anota aí:

Ingredientes:
- 1 xícara de feijão branco (deixar de molho de véspera por 12 horas no mínimo e jogar fora a água do molho lavando bem os grãos)
- 2 folhas de louro
- talos de 1 bandeja de shitake picadinhos
- salsa picada à gosto
- 1 colherzinha pequena (de café) de curry indiano
- azeite de oliva (1 colher de chá)
- sal marinho a gosto


Como fazer:
Na panela de pressão, cozinhe o feijão branco em 2,5 xícara de água + folhas de louro (são 10 a 15 minutos em fogo baixo depois que a panela começa a chiar).
Em uma panela separada, coloque 1 colher de chá de azeite de oliva, salsa picada à vontade e os talos do shitake picadinhos. Adicione o curry e o sal e, em seguida, coloque o feijão já cozido. Ajuste o ponto do sal e sirva! Se quiser, acrescente um fio de azeite cru ao prato já servido.


terça-feira, 2 de julho de 2013

Variações sobre arroz com brócolis

Quem mora sozinho ou numa casa com pouca gente sempre fica no dilema de como cozinhar sem desperdiçar. Minha dica é comprar pouca coisa, 2 ou 3 tipos de verduras, e ir fazendo variações sobre o mesmo tema para não enjoar. Nesta última semana, as personagens eram arroz integral, brócolis e tomate. No primeiro dia, fiz o arroz com açafrão (já fiz uma quantidade um pouco maior para dar para 3 refeições). Para acompanhar, brócolis e tomates picadinhos salteados na wok. No segundo dia, o brócolis foi cozido no vapor e arroz foi aquecido com pedacinhos de tomate (foto 1). Já no terceiro dia, resolvi dar uma incrementada, o tomate já havia acabado, mas eu tinha coentro congelado. Então fiz uma tortinha de brócolis picadinho, arroz com açafrão, coentro (foto 2). Para dar a "liga", bati um ovo caipira temperado com sal e pimenta do reino, misturei tudo e levei ao forno. Gostinho do arroz de forno da minha infância. Adoro!








sexta-feira, 28 de junho de 2013

Conexão Bem Estar



No último sábado, tive o prazer de participar de um evento muito legal em Pirenópolis (GO) chamado Conexão Bem Estar. Um fim de semana regado a pilates, yoga, ginástica funcional, acupuntura, novas amizades e, é claro, comidinhas gostosas. Nesta foto aí, estou eu preparando um pavê de frutas secas, castanhas e manga, numa minioficina que fizemos logo após o café da manhã na Pousada Tajupá, onde foi realizado o encontro. Este foi apenas o primeiro! Vamos aguardar o próximo!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Eu amo risoto




Eu amo risoto e ponto final. Que comidinha mais prática, rápida, gostosa e aconchegante. Dos mais sofisticados ao mais simples, como este aí da foto. Mais um daqueles casos em que um monte de sobrinhas se fundiram em um novo prato delicioso. Vamos à receita:

Ingredientes:

- 1 xícara de arroz arbóreo
- 1 xícara de cogumelos shitake desidratados (os meus eram sobra de um outro risoto e estavam já hidratados e congelados, só fiz descongelar)
- 1 cenoura ralada (ficou da salada do almoço)
- Salsa picada a gosto (também já estava picada e congelada)
- 1 colher de café de açafrão
- 2 pitadas de páprica doce
- 1,5 colher de chá de sal marinho
- Azeite de oliva a gosto

Como fazer:

- Ferva os cogumelos com 500ml de água para hidratá-los e usar essa água para cozinhar o arroz.
- Em uma panela grande refogue o arroz em um fio de azeite. Aos poucos vá adicionando a água dos cogumelos, de forma que o arroz esteja sempre coberto com água. Dê uma mexidinha de vez em quando. Quando o arroz estiver quase cozido, acrescente os cogumelos e os temperos (açafrão, páprica e sal). As medidas que usei para os temperos estão na lista dos ingredientes acima, mas você pode ajustar para o seu gosto. Acerte o ponto do cozimento do arroz adicionando mais água dos cogumelos (o arroz deve estar al dente, macio, porém não mole). Quando estiver cozido, desligue o fogo, acrescente a cenoura e a salsa, misturando gentilmente. Regue com fio de azeite ao servir.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Jantarzinho "special" e sem esforço

Creme de abóbora japonesa com milho verde 
Falafel da mama com salsinha e tomate cereja


O creme de abóbora já estava pronto e congelado. Fiz na semana passada para aproveitar aquela fartura de comida, lembra? Não dei a receita, mas é fácil. Vamos lá:

Creme de abóbora com milho verde

Ingredientes:
- 1/2 abóbora japonesa
- 3 espigas de milho
- manteiga
- curry e sal a gosto

Como fazer:
- Lavar bem a abóbora, retirar as sementes, cortar em cubos grandes e cozinhar com casca e tudo. Depois de cozida, bater no liquidificador com a própria água do cozimento até virar um creme. Temperar com sal e curry a gosto. 
- Cortar o milho da espiga e refogá-lo à parte com um pouquinho de manteiga e sal. Juntar ao creme de abóbora e servir com um pouquinho de salsa ou coentro. Se sobrar, congelar em pequenas porções para facilitar depois na hora de reaquecer.


- Essa autêntica delícia do Líbano é só encomendar pelo telefone 61 9555 2655. Depois é só esquentar no forno. Receita da sogra não se revela ;)




quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lasanha criativa

Lasanha de berinjela com espinafre ao molho branco com leite de castanha


Hoje tive uma ótima oportunidade de exercitar minha criatividade. Por falha de comunicação, eu e a secretária da minha mãe fizemos compras. O resultado: 2 maços de couve, 2 maços de espinafre, 1 maço de agrião, 1 maço de rúcula, 2 abobrinhas, não sei quantos rabanetes, 2 meias bandas de abóbora japonesa, 5 espigas de milho, 3 berinjelas, 1 couve-flor, 1 brócolis, quiabo, alface, tomate, cenoura beterraba. Ufa! Comida que não acaba mais e apenas um casal para dar conta de tudo isso. Pois bem, ontem, alface, rúcula, tomate, cenoura e beterraba viraram salada; abobrinha e rabanete viraram um refogadinho com curry; parte da couve foi refogada e à noite se incorporou à sopa de abóbora com milho.

E hoje a berinjela e o espinafre viraram essa bela lasanha da foto e o agrião virou um pesto para acompanhar um penne de arroz. Vamos às receitas:

Lasanha:

Ingredientes:
- 3 berinjelas
- 2 maços de espinafre
- 8 castanhas do Brasil
- 2 colheres de sopa de aveia em flocos finos
- 6 tomates cerejas
- 1/2 xícara de parmesão ralado
- noz moscada
- pimenta do reino
- sal

Como fazer:
Cortar a berinjela em lâminas, passar no sal para tirar o amargo, grelhar em frigideira anti-aderente (não precisa de óleo). Reservar.
Picar e cozinhar o espinafre em água e sal. Reservar.
Hidratar as castanhas por 24 horas, jogar fora a água do molho e bater com 2 xícaras e meia de água. Levar o leite de castanhas ao fogo, acrescentar a aveia, o sal, a pimenta e a noz moscada e mexer até obter uma consistência de molho branco.
Montar colocando uma camada de berinjela, uma de espinafre, uma de molho. Repetir. Salpicar o parmesão ralado e decorar com os tomates cortados em rodelinhas.
Gratinar em forno a 210 graus por 30 minutos.


Pesto de agrião:

Ingredientes:
- 1 maço de agrião
- 100ml de azeite de oliva
- 2 colheres de sopa de parmesão ralado
- 1 colher de chá de sal
- 8 castanhas do Brasil

Como fazer:
Triturar todos os ingredientes no processador. Servir com torradas ou como molho de macarrão (eu fiz um penne de arroz ao pesto para acompanhar a lasanha).


Ah! Amanhã o almoço vai estar caprichado, com todas as verduras que ainda não aproveitamos. Mas vamos combinar que fizemos um bom trabalho! ;)


quarta-feira, 20 de março de 2013

Jantarzinho à moda indiana - de verdade

Sinto muito, mas vocês vão ter que aguentar mais um pouquinho os meus posts sobre a Índia. Como já disse, não dá para ficar indiferente.

Hoje estreei meu curry genuinamente indiano. O comprado no Brasil que usei na receita da acelga com cenoura era bem outra coisa. E fiz do jeitinho deles, um ensopadinho de legumes ao curry, mas dei um toque de Brasil, acrescentando maxixe, que agora aprendi que deve ser raspado para tirar aqueles espinhozinhos antes de cozinhar.

Então fiz assim:




- Raspei os espinhos de 6 maxixes e piquei em cubinhos. Coloquei para cozinhar numa panela junto com o conteúdo de 1 lata de tomate sem pele. Depois acrescentei 3 cenouras pequenas picadas em rodelinhas e temperei com 1 colher de chá de sal e 1/2 colher de chá de curry (ele é bem mais forte do que o que a gente está acostumado aqui no Brasil). Ao final, um toque de leite de coco para amenizar o picante (não adiantou muito, não).

- À parte, cozinhei 1 xícara de arroz integral em 3 xícaras de água (já havia deixado o arroz de molho de tarde) e temperei com 1 colher de chá de sal e 1 colher de chá de açafrão (cúrcuma) também indiano.

- Daí delirei!!!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bandejão indiano

Está na dúvida sobre o que pedir num restaurante indiano? Uma boa opção é o thali. Esse prato vem com um monte de coisinhas servidas numa bandeja de metal. Não tem como errar. Sempre vai ter um arrozinho, um dahl (grãos ensopados, geralmente lentilha), vegetais cozidos ao curry, coalhada (para quebrar a pimenta) e pão. Alguns vêm com uma saladinha crua, mas que é melhor dispensar, pois a qualidade da água (que é usada para lavar as verduras) é realmente ruim e não vale a pena arriscar.

Thali de um café para gringos.

Thali de um restaurante indiano mais autêntico.

Já no avião, de volta ao Brasil, lendo um livro de um autor indiano, vi a palavra thali sendo usada em outro sentido: o pratinho no qual se colocam as oferendas para as divindades nos templos. Então entendi que a tradução de thali é prato, bandeja e aí tudo fez sentido :)

domingo, 17 de março de 2013

"Parabéns para mim". Outro pedacinho da Índia.

Rishikeshi foi um capítulo culinário à parte. Graças ao senhor Rajroy, o "gerente de alimentação e bebidas" do Hotel Ganga Kinare, onde nos hospedamos nos 5 dias que passamos na capital mundial do yoga. Magrelinho e agitado, Rajroy parecia um personagem saído daquele filme A pantera cor de rosa. Super sistemático, coordenava o buffet de café da manhã, almoço e jantar do hotel com mão de ferro. Ai de quem ousasse contestar suas ordens, fosse um dos garçons de sua equipe ou mesmo nós hóspedes. E ao final da refeição ele sempre perguntava: "Gostaram da comida?". Ao que respondíamos sempre "sim", porque de fato era maravilhosa. Daí ele dizia: "parabéns para mim!". Uma figura (pena que não tenho uma foto!).

O fato de ser um buffet era um alívio para as batalhas diárias de pedir comida em restaurantes. Os cardápios nem sempre são traduzidos para o inglês, o que torna os pedidos uma espécie de roleta russa. Um buffet, em que a gente pode olhar para o que vai comer antes de escolher era realmente uma bênção. E a comida, bem menos apimentada do que o encontrado em restaurantes, lembrava bastante nosso dia-a-dia por aqui: arroz, lentilha com caldo (substituindo nosso feijão) e verdurinhas diversas.





sexta-feira, 15 de março de 2013

Um pedacinho da Índia


Mais interessante do que o próprio Taj Mahal, a beleza feminina.
Se tivesse que sintetizar meus 11 dias na Índia em uma única palavra,  eu escolheria “intenso”. Das pessoas à comida, nada passa indiferente nesta cultura milenar. Mulheres lindas, maquiadas, enfeitadas, coloridas, vaidosas, independentemente da classe/casta social. Crianças doces e curiosas, com seus olhinhos já destacados com cajal. Comida gostosa, picante, aconchegante, do pé sujo ao sofisticado entre os 100 melhores do mundo. Uma viagem definitivamente transformadora, em que a todo momento me senti testada e confrontada em minhas crenças e padrões de comportamento. 


Parque em Hauz Kaus Village
Carros e pessoas, do moderno ao tradicional.
Já no aeroporto de Delhi o primeiro choque cultural. Não passageiros não podem sequer entrar no aeroporto. Nosso amigo, portanto, estava nos esperando do lado de fora. No dia seguinte, um rápido passeio a pé pela cidade já mostra a trilha sonora de todo o período: buzinas, carros, motos e pedestres disputando seu lugar em faixas mal distribuídas, sem mão nem contramão. No meio desse caos, um parque bem legal com direito a laguinho e ruínas de tumbas do período Mughal (domínio muçulmano) em Hauz Kaus Village, o bairro cool de Delhi, onde as mulheres até usam calça jeans e é possível ir a um spa receber uma massagem ayurvedica e ver uma bela exposição de arte. Para começar a adaptação aos sabores, um restaurante com comida típica do sul da Índia, supostamente menos apimentada. É... Supostamente.

Dosa, comida típica do sul da Índia: fina massa de arroz e lentilha com molhinhos diversos.  No restaurante Navedyam, em Hauz Kaus Village.




Fabricação do pão em forno de Tandoori: Karim's.
E, mais uma descoberta, tudo é uma questão de referencial. Um dia em Old Delhi, o centro da cidade, fez o bairro onde meu amigo mora parecer o lugar mais calmo do universo. Entrar Old Delhi é atravessar um portal em direção ao século passado. Carroças, bicicletas, trajes antiquados, animais nas portas das lojas. Não bastassem todos os estímulos visuais e sonoros, aromas (ou odores, não sei) também intensos. Temperos, fumaça de motor, suor das pessoas, incenso, tudo misturado. Confesso que chegou a irritar minha garganta. Uma rua para cada coisa, que nem Brasília. Rua dos livros, rua dos temperos, rua das roupas, rua das peças de automóveis. E ao final de tudo isso, o prêmio: pão assado em forno tandoori molhado no curry de vegetais, apimentado pra caramba, mas com gosto de comida de mãe. O lugar é o famoso pé sujo local, o Karim’s, citado até nos guias turísticos mais conhecidos.




Old Delhi, um portal para o século passado.
Spice market: rua dos temperos.













Aliás comida boa foi uma grata surpresa na viagem. Fui um pouco receosa por causa do que todos dizem sobre as más condições de higiene e sobre a péssima qualidade da água, mas tomadas as devidas precauções de não comer comida de rua nem ingerir alimentos crus, não tive nenhum tipo de desconforto. O desafio mesmo é se acostumar com a pimenta. E em Delhi é possível ter uma refeição régia por 5 ou 100 reais. E o mais legal. Esses lugares onde se paga 100 reais por pessoa estão entre os melhores restaurantes do mundo, como o Chinese Kitchen no hotel Hyatt, o Indian Accent no hotel The Manor e o Travertino no hotel Oberoi.

Legumes ao gergelim ao molho picante: delícia fusion do Indian Accent.


Conforme esperado, a religiosidade está em toda a parte. Nos painéis dos carros e rickshaws, no templo de cada esquina, na temática do espetáculo de dança, nos rituais à margem do rio Ganges, na peregrinação de multidões às cavernas Jhilmil,  que ficam no topo das montanhas que rodeiam o Ganges na cidade de Rishikeshi e onde os sadhus recebem os fiéis para coletar oferendas e dar suas bênçãos.

Figuras em um singelo templo em Delhi.

Peregrinos a caminho das cavernas Jhilmil.


Bem ao contrário do esperado, a espiritualidade, por sua vez, não salta à vista. Yoga e meditação são práticas elitizadas, até na Índia. E discernir o charlatão do genuíno, uma missão quase impossível. Passamos cinco dias em Rishikeshi, a capital mundial do yoga, tentando fazer uma prática “de verdade”, receber uma massagem ayurvedica “ de verdade”, fazer uma meditação “de verdade”. Tudo isso para descobrir que se trata de uma busca inócua. Não porque não haja profissionais sérios lá. Mas porque o genuíno é, no fim das contas, o que toca a gente. Como a energia sentida ao chegar pela primeira vez à margem do rio Ganges ou um pequeno puja (ritual de oferendas) no próprio hotel ou praticar com um bem humorado yogui de 105 anos de idade. Ou simplesmente a companhia de velhos amigos queridos e dos novos que se somaram ao longo do caminho.

Amigos de longa data se deliciando no Purple Dabha em Rishikeshi.

Amigas e companheiras de aventura, no topo das montanhas que cercam o Ganges.

Direto da Polônia, novas comidas e novas amizades.